Uso da Eritropoetina no tratamento da anemia evitando transfusões de sangue

Autor: - 2017-12-19 16:45:58
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A anemia é um quadro hamatológico considerado como multifatorial, uma vez que suas causas são diversas, contudo é possível verificar que as principais causas surgem como consequência de determinados tipos de doenças ou condições, tais como: hemorragias, aplasia de medula, câncer, deficiência de ferro e outros. A redução de secreção de Eritropoetina, conhecida como EPO, também desempenha papel essencial entre as causas da anemia, em especial em pacientes portadores de insuficiência renal crônica.


De forma geral, a anemia é definida como a redução de concentração do teor de hemoglobina (constatação clínica e laboratorial de uma pessoa com valor de hemoglobina baixo). Em tese é possível afirmar que um indivíduo apresenta estado anêmico quando a hemoglobina é < 13g/dL nos homens e < 12g/dL nas mulheres. Um dos exames mais aconselhados para diagnosticar a anemia é o hemograma, que avalia os parâmetros da chamada série vermelha composta pela hemoglobina, volume globular ou hematócrito e pela quantidade de eritrócitos (hemácias – glóbulos vermelhos).

É possível classificar a anemia em três categorias:

- Anemias Hipocrômicas Microcíticas: Ferropriva; Talassemia; Sideroblástica; Doença Crônica.
- Anemias Normocrômicas Normocíticas: Mieloma Múltiplo; Doença Crônica; Hemolítica; Hemorragia Aguda.
- Anemias Macrocíticas: Megaloblástica; Hipotireoidismo; Alcoolismo; Mielodisplasias.

Qual é a causa mais comum de anemia?

A deficiência de ferro é apontada como a causa mais comum de anemia, sendo classificada como anemia ferropriva. O ferro é parte fundamental da dieta e aproximadamente 80% do ferro que é assimilado pelo organismo (células do corpo) é direcionado para a medula óssea.

Qual é o papel da medula óssea?

A medula óssea exerce papel essencial na produção de glóbulos vermelhos do sangue (eritrócitos), assim como o rim, que é responsável pela produção (síntese) da hormona eritropoetina.

Qual a relação entre eritropoetina e o ferro?

Em suma, a eritropoetina exerce ações que são capazes de estimular a produção de substâncias conhecidas como pró-eritroblastos a partir das células-tronco hematopoiéticas na medula óssea, bem como também é capaz de estimular a produção de células novas (hemácias – glóbulos vermelhos), pois pode acelerar a sua produção. Essa produção de novos glóbulos vermelhos (eritrócitos – hemácias) é conhecida cientificamente como eritropoiese. O ferro tem uma relação estreita com a eritropoetina e com a eritropoiese, pois pode aumentar a velocidade da produção de hemácias, dependendo da disponibilidade do mineral no organismo, assim como de outros nutrientes essenciais [2].

De forma geral, o ferro pode ser considerado como um combustível para a produção de novos glóbulos vermelhos (hemácias – eritrócitos). Quando o ferro e a eritropoetina trabalham adequadamente em conjunto, a fabricação dos glóbulos vermelhos ocorre normalmente (de forma rápida e eficiente). Caso um dos elementos esteja ausente ou sua disponibilidade seja baixa/insuficiente, por exemplo, deficiência de ferro, a anemia pode se manifestar. Segundo pesquisas, quando a produção (secreção) pelo rim de eritropoetina é diminuída pode ocorrer a anemia [1].

Eritropoetina o que é?

A eritropoetina (epo) é uma proteína cuja atividade principal é de regular a eritropoiese, ou melhor, a produção de células vermelhas do sangue, também conhecidas como hemácias ou eritrócitos. Além da eritropoetina, outros fatores (componentes) também estão envolvidos na eritropoiese, tais como: ferro, ácido fólico e vitamina B12.

Eritropoetina rim:

A Eritropoetina é um hormônio glicoprotéico produzido em sua maioria pelos rins (90% de sua produção) e em menor quantidade pelo fígado (10% de sua produção).

Eritropoetina humana recombinante:

A eritropoetina humana recombinante é obtida através da tecnologia de DNA recombinante. A eritropoetina foi clonada e estudada ao longo dos anos. Esse hormônio glicoprotéico apresenta uma cadeia polipeptídica de 165 aminoácidos. Existem diversas formas comerciais da eritropoetina e elas diferem uma das outras em termos de padrões glicosilados, entretanto tais diferenças não influenciam na sua atividade biológica [2].

A eritropoetina recombinante é indicada no tratamento da anemia associada à insuficiência renal crônica, incluindo pacientes que estejam ou não em diálise, sendo indicada para aumentar ou manter o nível de eritrócitos no sangue que se constata/verifica através do nível de hematócrito ou hemoglobina, desta forma atua ajudando na diminuição do número de transfusões sanguíneas [3].

Eritropoetina bula:

Somente o médico pode indicar e orientar o paciente quanto ao uso apropriado da eritropoetina. Não utilize medicamentos sem consentimento médico.

Uso terapêutico da Eritropoetina no tratamento da anemia:

- Eritropoetina anemia: o hormônio glicoprotéico eritropoetina é utilizado como adjuvante no tratamento de determinadas anemias, graças a sua capacidade de estimular a eritropoiese medular (formação de novas células vermelhas do sangue), acarretando no aumento da massa circulante de eritrócitos (glóbulos vermelhos). Essa estimulação resulta na correção (melhora) de certas anemias, bem como ajuda na redução de transfusões sanguíneas em quadros específicos, por exemplo, assim como nos casos da anemia decorrente da insuficiência renal crônica; anemia originada por doenças malignas hematológicas, quimioterapia e doenças da medula óssea.

Transfusões e eritropoetina:

A eritropoetina é considerada como uma citoquina benéfica no tratamento de determinadas anemias, sejam elas moderadas ou severas. Segundo pesquisas [4], a utilização da eritropoetina pode ajudar a reduzir o número da necessidade de transfusões de eritrócitos (hemácias – glóbulos vermelhos), desta forma reduz também os riscos de complicações decorrentes das transfusões, tais como: reações hemolíticas, transmissão de moléstias infecciosas (exemplo, hepatites B e C, HIV, citomegalovírus e outros), reações alérgicas e outras.

A eritropoetina humana recombinante pode substituir a necessidade de tratamento de certas anemias com transfusão, porém não a transfusão de emergência seja qual for a situação. É fundamental reforçar que a eritropoetina humana recombinante não está indicada para corrigir os quadros de anemia graves que exijam correção (melhora) imediata [3].

A transfusão de sangue é considerada como uma terapêutica fundamental da assistência à saúde. Caso utilizada de forma apropriada pode ajudar a salvar vidas e oferecer maior qualidade de vida e saúde a determinados pacientes que necessitam desse tipo de suporte. Entretanto, as transfusões sanguíneas exigem atenção e cuidado particulares em relação aos elevados riscos que ela pode acarretar à saúde, devido à transmissão de agentes infecciosos através do sangue [5].


Fontes:

[1] - http://revistas.pucsp.br/index.php/RFCMS/article/download/92/36
[2] - http://sickle.bwh.harvard.edu/iron_epo.html
[3] - http://www.bio.fiocruz.br/images/stories/pdfs/folder/publicitario_epo.pdf
[4] - http://www.alert-online.com/br/medical-guide/eritropoetina
[5] - http://www.who.int/bloodsafety/clinical_use/en/Module_P.pdf